Viajar de veleiro



A maravilha de se viajar de veleiro é que basta que se decida ir para algum lugar, tudo que se tem que fazer é levantar a âncora,içar velas e ir embora.Essa sensação de liberdade é fabulosa,é quase como ter asas e voar livremente,basta bate-las.

Helio Setti Jr.

Tem que ir, ver e sentir!


"...Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu, para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor, e o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o seu próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver..."


Amir Klink



quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Lavagem e recuperação do seu barco

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                 Agora veremos como se lava um barco,  o porquê se lava, como se recupera o brilho do costado e do convés do barco, como se consertam as bolhas e como se pinta (e quando) o casco abaixo da linha da água.
                 A lavagem do barco é algo bastante simples de fazer. Não difere em nada de lavar um automóvel. É água e sabão. Quando o barco não foi lavado por muito tempo, utilize também detergente desses que se usa para lavar pratos. Primeiro, lave externamente, com o auxílio de uma mangueira. Esfregue todo o convés com uma escova com cerdas de plástico. A seguir, tire tudo que estava dentro da cabine e lave com água e detergente todo seu interior, inclusive os paióis. A lavagem externa do barco, com água apenas, se puder deve ser feita diariamente, para retirar o sereno e manter o convés e o costado do barco sempre limpos. Mas se não der para fazer isso todo o dia, é interessante que se faça pelo menos uma vez por semana. Água. Apenas água. Por todo o convés e pelo costado. Ela tira as folhas que caem no barco e a sujeira que se acumula, impedindo que ela termine por penetrar no casco, amarelando a fibra. Essa lavagem diária ou semanal pode ser acompanhada de uma lavagem mensal com sabão.  Ou bimensal. De três em três meses ou de seis em seis meses é interessante passar cera automotiva em todo o costado e convés. A cera ajuda a manter o casco protegido da chuva e do sol. O polimento, com lixa fina e polidor, só deve ser feito de três em três anos ou mais, pois ele vai terminando com a camada de gel.            
                  Quando o casco está ao ar livre há muito tempo, feio, perdendo o brilho e a cor, uma simples lavagem com água e sabão do costado e do convés não é suficiente.
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É necessário utilizar um produto chamado SEMORIN. Vendem em supermercados grandes. Tem que comprar o Tipo TIRA FERRUGEM. Ele é indicado para limpar tecidos e roupas. Trata-se de ácido Oxálico.  Um litro é suficiente para todo o convés e costado de um 19 pés. É vendido em frascos de 50 ml. A forma de usar tanto no costado como no convés é a seguinte:
1 - Lave a superfície com água e sabão e escove (com escovas de cerdas plásticas)
 
2 - Utilizando luvas (de lavar roupa), pois ele é ácido e queima a pele, molhe um pano com Semorin e esfregue na superfície. MUITO CUIDADO COM OS OLHOS, é bom usar óculos de proteção.
 
3- Deixe o Semorin agir por 20 minutos (haverá uma reação química que expulsará sujeiras que incrustaram no gel).
 
4- Lave novamente com água abundante e sabão para tirar todo o Semorin.
 
5 - Deixe o casco secar. No caso do costado, lixe com lixa de água 600 e, a seguir, com lixa de água 1200 (colocando água enquanto lixa). Não lixe demais nem com muita pressão para não tirar o gel. Lave com água todo o costado, deixe secar e aplique o polidor. Se tiver uma polidora elétrica giratória, melhor.
 
6 - No caso do convés, não utilize lixa. Deixe-o secar após tirar o Semorin com água e sabão e aplique o polidor.
        Aquele seu casco amarelado, feio, com aparência de sujo ficará branco e reluzente. É realmente impressionante a diferença que se verifica quando findo o processo.
        Todavia, há caso em que o processo de utilização de Semorin e polimento não é indicado. É quando o desgaste do casco é tanto que ele já perdeu o gel.  Aí, só pintando.
Mas o que é gel?
Gel é a primeira camada de resina que recobre o  primeiro tecido de fibra de vidro. Quando um casco de fibra é feito, depois de limpar, encerar e colocar o desmoldante na matriz (a matriz é o espelho do casco onde o casco ele será todo ele laminado e depois retirado - não gruda na matriz por causa do desmoldante), a primeira coisa que se coloca é uma camada de resina. A seguir, tecido de fibra de vidro. Depois que a resina seca e o tecido de fibra fica colado nela, coloca uma nova camada (com pincel) de resina e a seguir nova manta. A quantidade de mantas sobrepostas depende da espessura e resistência que se quiser dar ao casco.  Pois bem, tudo pronto, o casco é retirado da matriz e o GEL é aquela primeira camada de resina que foi colocada sobre a matriz. Com o sol, chuva, falta de lavagem e de cera, esse GEL vai sendo "lixado" até que começa aparecer o tecido embaixo em alguns pontos. É quando não dá mais para fazer polimentos. A alternativa que resta é pintar o barco. Anota aí como uma regra (que pode até ter exceções): casco de fibra pintado é casco velho. Quantos anos dura o GEL? Isso depende dos mais diversos fatores. Além do cuidado (lavagem com água semanal no mínimo e cera de três em três meses em todo o casco acima da linha da água), depende da procedência e da espessura do gel aplicado na construção do casco. No caso do meu barco, trata-se de um barco de aproximados 20 anos e o GEL ainda se encontra em ótimas condições. Tão cedo não será necessário pintá-lo, mas isso, é claro, dependerá do cuidado daqui para frente.
        Quanto mais o casco for mantido limpo,  lavado e encerado, mais tempo demora para que se torne necessário o uso de semorin, lixa e polimento (que, de certa forma, atacam o gel). Barco é como automóvel: pode e deve ser lavado e encerado à vontade, mas, se abusar de polidor, perde a tinta (no caso do barco, perde o gel).
        Devemos também tirar o barco da água, pois a tinta abaixo da linha da água deve ser examinada para ver se não há bolhas, que devem ser removidas.
        Esse processo, basicamente, passa pela seguintes etapas: 1) lixar toda o casco abaixo da linha da água (preferencialmente com uma lixadeira elétrica), retirando toda a tinta velha;  2) furar e retirar as bolhas em todo o seu diâmetro; 3) deixar as bolhas abertas expulsarem a água da parede do casco (de 10 a 20 dias);  4) tapar  as bolhas com resina misturada com pó de fibra; 5) lixar as ex-bolhas; 6) pintar.
        A pintura abaixo da linha da água, em rios e lagoas, recomenda-se que seja feita de 3  em 3 anos. O que ocorre é que abaixo da linha da água, no casco, mais especificamente no gel e no primeiro tecido, existem pequenas bolhas de ar, que já vêm de fábrica e resultam da umidade do ar. Por isso, a laminação correta só é feita com controle de umidade do ambiente. Quanto mais úmido, mais bolhas de ar ficarão no interior do casco. Daí vem o porquê dos cascos fabricados no inverno (e ao ar livre) serem os piores, pois ficaram com muitas bolhas no interior do casco. Com o desgaste da tinta protetora abaixo da linha da água, a água vai infiltrando no casco e alojando-se dentro dessas bolhas. Aí, a tendência é persistir o processo, com a bolha aumentando mês a mês. Podem chegar ao ponto de começar a aparecer a saliência da bolha na superfície do casco abaixo da linha da água (são as bolhas maiores). Quando se troca a tinta de três em três anos, praticamente SEMPRE se percebem as bolhas, em alguns cascos mais, e em outros menos. As bolhas devem ser abertas para que saia toda a umidade. Dez ou vinte dias são suficientes para que a umidade saia. Se bem que, atualmente, é utilizado um soprador de ar quente que seca em segundos as bolhas. Depois de abertas e secas, elas são enchidas com resina misturada com pó de fibra de vidro e, uma vez que endureça a resina, lixa-se a superfície.
            Próximo passo, a pintura.
           Danilo Chagas Ribeiro, aliás, proprietário do site www.popa.com.br, ensina 3 Planos para a pintura abaixo da Linha da água, Planos A (mais caro) , B (mais barato) e C (intermediário).
    Plano A:
0.. Aplicar fita adesiva sobre a pintura do costado junto à emenda com a pintura do casco.
1. Lixar com treme-treme (giratória não  serve).
2. Passar pano para tirar o pó da lixação.
3. Dar uma demão de Intertuf, da International.  
4. Dar duas demãos, se puderes.
5. 24h depois, aplicar a Intermarine, a tal venenosa.
6.  Dar duas demãos também, se puderes.
  A  Intertuf custa uns U$25/galão e a Intermarine U$ 80/galão. Ambos da International. Num  17 pés não  se usa nem 1/2 galão.  É necessário também comprar o solvente GDA 007 da International.
       Plano B:
Se o bolso não concordar com isso, use o zarcão mesmo mas lambuza com a Intermarine os pontos mais propícios para o mexilhão formar colônias, principalmente a caixa da bolina e qualquer buraco de saída do casco.
 
E que tal um plano C?
 
Pintar o fundo com  Intertuf, sem passar a Intermarine, a tal venenosa. Ela é venenosa mesmo  para o bolso. Quase 80 dólares o galão!
Não há problema, desde que se passe a Intermarine em locais como caixa da bolina e saída de vaso sanitário.
Quem vai lixar? Isso é brabo de fazer. Chama um marinheiro.
 E quem vai pintar? Tu mesmo, meu chapa. É uma brincadeira... e rápido. Compra um rolo e uma bandeja e manda bala!
Adaptação de texto de Flavio Medeiros no site  www.hobbys.com.br/velejar/velejando

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