Viajar de veleiro



A maravilha de se viajar de veleiro é que basta que se decida ir para algum lugar, tudo que se tem que fazer é levantar a âncora,içar velas e ir embora.Essa sensação de liberdade é fabulosa,é quase como ter asas e voar livremente,basta bate-las.

Helio Setti Jr.

Tem que ir, ver e sentir!


"...Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu, para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor, e o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o seu próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver..."


Amir Klink



sexta-feira, 29 de maio de 2015

Dicas de ancoragem e atracação




Você comprou o barco, aprendeu a navegar, mas, e na hora de voltar pra marina ou parar para abastecer? Confira abaixo algumas dicas  sobre atracação.

1 No caso dos veleiros, o bê-á-bá para desacelerar o barco sem usar o motor é apontar a proa contra o vento e ir soltando as escotas, até as velas começarem a panejar. Mas atenção: se a proa ficar completamente de frente para o vento, o barco irá parar completamente e aí será impossível manobrar. Portanto, não exagere.
2 A correnteza será sempre mais forte em locais onde há grande variação de marés e nos períodos das luas nova e cheia. Verifique isso também.
3 Quando não conhecer a região, copie os outros barcos e só ancore onde já haja alguns parados. Você pode perder em privacidade, mas ganhará muito em segurança.
4 Para jogar a âncora, escolha um local onde o seu barco possa girar 360 graus sem tocar em nada — sejam pedras ou outros barcos. Assim, se o vento mudar, nada de ruim acontecerá.
5 Sempre diminua muito a velocidade ao se aproximar de um local de atracação. Além de suas marolas incomodarem os outros barcos, elas prejudicam sua própria manobra.
6 Quando estiver procurando um local para fundear, verifique a profundidade na carta náutica, use a sonda do barco para ter certeza dela e, por fim, consulte a tábua de marés, para não encalhar na maré baixa.
7 Se for ancorar em fundo de pedras, tente o seguinte truque para não ter problemas na hora de sair: antes de jogar o ferro na água, coloque um segundo cabo, com uma das extremidades numa bóia e a outra na cruz do ferro (que fica na extremidade oposta ao anete, onde se prende a amarra normal de qualquer âncora). Assim, se não conseguir içar a âncora pela haste, você poderá soltá-la puxando-a pela cruz.
8 Nos fundeios, fique bem atento ao tipo de solo. Fundos de lodo ou lama mole não seguram as âncoras. Já em fundos de pedra, quase sempre é preciso mergulhar para soltá-las depois. Assim, os melhores tipos de solo para ancorar são areia, cascalho ou lama firme, e nesta ordem.
9 Antes de jogar a âncora, tenha certeza de que a extremidade do seu cabo está mesmo presa ao barco! Parece óbvio, mas acontece. E como contece…
10 Para jogar a âncora pela proa, que é o correto, posicione o barco de frente para o vento e a correnteza (ou o que estiver mais forte) e só então lance o ferro na água.
11 Quanto maior o comprimento da amarra da âncora, mais eficiente será a ancoragem. Em condições normais, a regra para saber quanto cabo soltar é multiplicar por entre cinco e dez vezes a profundidade do local.
12 No Brasil, ainda são poucas as embarcações que têm caixa de contenção de esgoto. Portanto, evite nadar perto de barcos maiores ancorados. Do contrário, aquilo na água que parecer ser pode ser mesmo.
13 Se for pernoitar no local, mantenha pelo menos uma luz acesa a bordo, para sinalizar a sua localização para os outros barcos. À noite, nem sempre dá para ver um casco parado.
14 Se seu barco estiver na água há mais de dois meses, mergulhe para remover cracas e sujeiras do casco e do hélice. Sem elas, o arrasto fica bem menor e a velocidade pode aumentar em até 50%!
15 Se for guardar o seu barco na água (o que só é recomendado para veleiros com quilha e para lanchas acima de 40 pés), verifique o estado dos cabos
e ferragens da poita de amarração a cada seis meses
, no mínimo. Senão, um dia você vai chegar e nem seu barco nem a bóia estarão mais lá.
16 Se o seu barco for um veleiro, cuide muito bem das velas, porque elas custam caro e se desgastam rápido com os maus-tratos. Se tiverem sido molhadas com água do mar, lave-as com água doce e deixe secar bem, antes de guardá-las. E, por mais pesadas que sejam, não as arraste pelo chão.
17 Caso o tempo esteja ruim, não economize na amarra: solte o dobro do comprimento usado em condições normais de ancoragem.
18 Se a amarra for de náilon, use pelo menos três metros de corrente para uni-la à âncora. Isso aumentará a sua eficiência e evitará que seja cortada pelas pedras.
19 Depois de jogar o ferro, identifique os pontos de perigo mais próximos e planeje uma rota de saída, para o caso de precisar mudar de lugar.
20 Quando for deixar seu veleiro atracado, o correto é sempre enrolar as velas, para elas não panejarem, porque isso enfraquece o tecido e as talas.
21 Ao atracar, quanto mais defensas, melhor. Use pelo menos uma atrás da bochecha do casco, outra à meia-nau e uma terceira na popa. Mas, ao partir, não se esqueça de recolhê-las para dentro do barco, porque, na navegação, defensas criam arrasto, roubam velocidade e costumam se soltar com a força da água.
Por Regina Hatakeyama
Matéria originalmente publicada na Revista Náutica N°235

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