Viajar de veleiro



A maravilha de se viajar de veleiro é que basta que se decida ir para algum lugar, tudo que se tem que fazer é levantar a âncora,içar velas e ir embora.Essa sensação de liberdade é fabulosa,é quase como ter asas e voar livremente,basta bate-las.

Helio Setti Jr.

Tem que ir, ver e sentir!


"...Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu, para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor, e o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o seu próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver..."


Amir Klink



terça-feira, 19 de maio de 2015

Técnicas de fundeio


Já postei em outras oportunidades, sobre âncoras, hoje volto ao assunto fundeio com uma matéria que foi colocada em 2010 pelo Luís Cardoso no blog do veleiro Big Rider

   Saber fundear uma embarcação corretamente parece fácil, mas se não soubermos algumas técnicas de segurança, podemos viver momentos difíceis a bordo ou até mesmo perder nossa embarcação. Existem na literatura vários textos explicativos sobre o assunto. No entanto, vale a pena lembrar não é? Eu li este artigo em um site e duas das três técnicas descritas já foram usadas por mim em um fundeio na Ilha de Paquetá, RJ onde entrou um Noroeste daqueles. O veleiro na época era um Velamar 24 (Conto de Areia), ele apenas caturrava muito mas não saiu do lugar. Ainda, as marinas deveriam levar em conta estas tabelas abaixo na hora de fabricarem as poitas. Espero que leiam pois é importante.
Abrçs, Luís.
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      Eram 80 nós de vento, ondas enormes e “voando” uns por cima dos outros. Mesmo assim, o veleiro Guruça, de Fausto Pignaton, sobreviveu ao Luís, um dos mais destruidores furacões da história do Caribe. Esta história, contada em Náutica 92, gerou um grande número de cartas para nossa Redação. Os leitores queriam detalhes técnicos sobre como o velejado brasileiro salvou seu barco e também indagavam sobre o jeito certo de fundear durante uma “pauleira”. Assim, decidimos pedir a Fausto que revelasse sua tática (veja quadro) e explicar, ainda, o que fazer quando a ventania chega.
     Antes de qualquer coisa, é preciso ter em mente que os barcos foram feitos para navegar, e não para ancorar. Sim, pois se você for apanhado por uma tormenta daquelas cinematográficas, a melhor coisa a fazer é levar seu barca para alto-mar – não importa o quanto sua mulher, filhos e amigos reclamem. Explica-se: as tempestades brasileiras, felizmente, estão bem longe de ser furacões. Assim, desde que você se mantenha atento no leme, as ondas e o vento podem, no máximo, assustar e marear a tripulação. Em contrapartida, uma aproximação de terra em circunstâncias difíceis muitas vezes leva a um trágico encalhe.
     Se, no entanto, você já estiver sob a pseudo proteção da linha da costa e pretender fundear – para passar uma daquelas memoráveis noites contando os segundos enquanto espera o dia raiar –, vale a pena observar alguns fatores de segurança. Em primeiro lugar, é bom entender que duas forças agem sobre o barco. Uma delas é obra da natureza, especificamente do vento ou da corrente. É a força impulsiva, que empurra o barco para onde Netuno quiser. A outra é resultado de uma boa âncora, empregada por um marinheiro ' esperto – no caso, você. Esta se chama força retentiva. Com o barco à deriva, a Força Impulsiva depende da velocidade do vento, da área vélica do barco (e atenção: este termo vale tanto para veleiros quanto para lanchas e navios, ainda que estes últimos não tenham velas propriamente ditas), da corrente no local, da energia cinética do barco (caso esteja manobrando velozmente) e até mesmo das ondas.
     Um vento de 15 nós (considerando que o barco esteja fundeado em local com um certo abrigo) faz uma força de 80 kg em um barco de 50 pés (veja quadro na seqüência). Porém, se o vento for de 50 nós (equivalente a uma tempestade de pequena intensidade), o esforço sobre o barco quadruplica, ou seja, é de 520 kg. Por isso, procure um bom local para fugir da “pauleira”.E a nossa aliada, a Força Retentiva? Esta é conseguida graças à resistência causada pelo cabo de fundeio e sua âncora. E, é claro, ao tipo de fundo, fator que garante seu sono ou provoca insônia. Torça para existir uma areia das boas no lugar onde for ancorar durante o sufoco. Se ela existir, tudo o que você vai precisar é de um ferro que “agüente o tranco”. Aliás, dois ferros. Sim, pois o ideal é ter, no mínimo, duas âncoras de peso apropriado, e não esquecer de amarrar a segunda. Entretanto, tome cuidado para não "esconder” a âncora: por ser grande e desajeitada, o ferro é muitas vezes guardado no fundo do porão, sob sacos de velas e todas as tralhas imagináveis. Na hora da “pauleira” isso faz diferença.
     Com duas boas âncoras, cabos em perfeito estado e corrente adequada, tudo que você vai precisar para sair do sufoco é de paciência e conhecimento das três manobras principais de fundeio: à galga, a pé-de-galo e, simplesmente, a dois ferros. Mas, antes de falar delas, convém esclarecer p modo certo de jogar a âncora.
     Muita gente acha que “amarra” significa “a corrente”. Pode até ser, mas o ideal – sobretudo para quem não tem experiência – é que a amarra seja um conjunto de corrente e cabo. Explica-se: ainda que os elos de metal sejam mais resistentes, é bom ter cabos de náilon na amarra para que se possa sentir se a âncora unhou, e, além disso, torna a amarra mais elástica (absorvendo os choques das ondas). Afinal, é muito mais fácil perceber a tensão num cabo do que numa corrente. E isso não compromete a segurança? A resposta é “não”, pois a maioria dos problemas de fundeio ocorre em função de ferro garrando (arrastando pelo fundo). Os casos de rompimento são raros. 
      Por isso, não “decore” o fundo do mar com metros de corrente. É melhor ter um cabo, para sentir na mão o momento em que o barco “porta pela amarra”, ou seja, afila a proa em direção ao vento, com a âncora unhando ao fundo. Isto feito, basta largar a quantidade de cabo necessária para completar no mínimo cinco vezes a profundidade do local e dar um toque com motor à ré, para conferir se a âncora está segura. Lembre-se que quanto maior o comprimento do cabo (o chamado filame), mais a âncora unha no fundo.
     Mas não adianta saber quando os ferros unharam se você não tiver idéia de quantos deles jogar e em que posição. Agora, sim, é hora de falar dos três tipos de ancoragem. O mais seguro numa tempestade é o fundeio à galga. Ele consiste em largar uma amarra com duas âncoras: uma na ponta e outra a alguns metros da primeira, presa por uma manilha (veja ilustração). O único problema deste tipo de fundeio é peso: se você não tiver um bom guincho a bordo, precisará de um marinheiro halterofilista na hora de largar ou trazer as âncoras de volta. O pé-de-galo, por sua vez, está mais para uma precaução do que para um tipo de fundeio. Acontece quando você já está ancorado e, com medo do vento, decide soltar uma segunda âncora – independente da primeira. Ela só vai ser acionada se a primeira garrar. Nesse caso, o cabo da segunda âncora vai se esticar, avisando que algo não vai bem.
     Você, então, deve soltar um pouco o cabo dessa segunda amarra para formar um sistema de fundeio com as duas âncoras. Simples, não? Tão simples quanto essa manobra é, finalmente, a de amarrar a dois ferros. Considerado quase tão seguro quanto o fundeio à galga, nada mais é que jogar dois ferros com o mesmo filame e suas respectivas amarras, formando um ‘V “com aproximadamente 50º de ângulo. Por que? Pois isso distribui melhor o esforço, reduzindo a fadiga de todo o equipamento”. 
     Para quem acha isso um exagero de precaução, vale lembrar uma máxima entre os marinheiros: “Quem tem dois, na verdade tem só um. E quem tem um, não tem nenhum!”
 Ajuda Eletrônica
 Alguns equipamentos eletrônicos têm funções que ajudam a fazer uma ancoragem segura: Radar: É importante usá-lo não só na aproximação como também no fundeio. Através dele você verifica se está garrando ou mesmo se alguém fundeado a barlavento vem escorregando em sua direção. Quando estiver afilado com o vento, use o anel de marcação de distância (EBL) marcando o ponto maia próximo da terra pela proa ou popa. Anote estas informações em um papel, para não perdê-las. Ecosonda: Uma sonda (ou ecobatímetro) Indica a profundidade e auxilia na localização de um bom ponto de fundeio. De preferência, Jogue a amarra da parte mais funda para a mais rasa. Algumas destas sondas com tela colorida permitem que se identifique o tipo de fundo pela cor mostrada no visor. Mesmo nas monocromáticas é possível perceber quando o fundo é mole. A linha de fundo se torna manchada e bem grossa, enquanto fundos de areia desenham uma linha fina e bem definida.
 GPS: Esta pequena maravilha da eletrônica tem capacidade de fazer soar um alarme quando o barco se desloca a uma determinada distância do ponto em que largou a sua âncora.


CONTRA O FURACÃO

Fausto Pignaton encarou o furacão Luís a bordo de seu veleiro Guruçá. Abaixo, ela diz o que usou para sair ileso do vendaval. “O Guruqá é um sloop de 35 pés, em fibra de vidro, projetado por Cabinho e construído por mim mesmo, especialmente para regiões de furacão. Agüentou dois deles (Luís e Marilyn). Mesmo navegando depois mais de 3 mil milhas com maré e vento contra, não percebi um rangido sequer. Na ocasião do furacão, usei o primeiro cabo de uma polegada com 40 m e iguais 40 m de corrente de 8 mm, com duas âncoras de 15 kg (Bruce e Britanic), distando 2 m entre elas; um segundo cabo de uma polegada com 60 m e 20 m de corrente de 8 mm com uma âncora CQR e outra Danforth, de 10 kg, com distância de 5 m entre elas. Para se ter uma idéia da força do Luís, nas rajadas, a velocidade do vento chegou a 205 nós (379,6 km/ h), segundo o aeroporto internacional de St. Martin. Dos aproximadamente 1800 barcos fundeados, menos de 100 foram seguros por suas âncoras. Um amigo colocou na sua embarcação, de 25 pés, cinco cabos compostos de correntes e cinco âncoras de 15 kg no mínimo... E não garrou!”



Um comentário:

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